Nzinga
A Rainha Nzinga Mbandi Ngola Kiluanji foi uma líder política e militar angolana que, por 40 anos (de 1623 a 1663), foi a oposição mais forte que os portugueses já enfrentaram no século XVII.
Nascida em 1582 no Ndongo (atual Angola), em 1621, ainda sob o reinado do Irmão, Nzinga exigiu que os portugueses abandonassem seu continente, libertassem os chefes africanos prisioneiros e cedessem um lote de armas de fogo. Para ter a confiança dos portugueses e firmar o acordo de paz, aceitou o batismo católico com o nome português Ana de Souza, mas eles não cumpriram sua parte.
Após assumir o reinado, agora como Ngola, a rainha de Ndongo aliou-se aos povos jagas e se casou com um dos chefes deles para cobrar de Portugal o acordo de paz não cumprido. A guerra foi declarada em 1624 e em fins de 1629 os portugueses capturaram suas irmãs como moeda de troca. A irmã mais velha foi assassinada em domínio português. Nzinga, ainda ativa como militar aos 65 anos de idade, causava terror entre os portugueses e grupos africanos e só em 1656, já com 74 anos, conseguiu firmar acordo de paz com Portugal e ter a outra irmã devolvida.
Nzinga também é conhecida pelos nomes Ginga, Jinga, Singa, Zhinga, entre outros da família linguística Banto, além dos nomes portugueses de Ana de Souza, rainha Dona Ana e pelas misturas das duas origens, como rainha Ana Nzinga. Morreu aos 81 anos e foi enterrada no Ndongo como Dona Ana, seguindo costumes cristãos, e como Nzinga, seguindo os ritos ambundos.
Em Angola, é heroína nacional e venerada pelos angolanos. No Brasil, está presente em festas populares como o congado. Associada à ideia de esperteza e agilidade, seu nome originou o termo “ginga”.
Fonte:
ESTER,
Joelza. Nzinga, a rainha negra que combateu os traficantes portugueses (Parte
1). Blog: Ensinar História, 26 de maio de 2015. Disponível em:
https://ensinarhistoria.com.br/nzinga-a-rainha-negra-contra-os-traficantes-portugueses/
- Acesso em 20 de agosto de 2022.