As 12 Autoras negras que falam sobre questões de raça, classe e gênero.
Angela Davis outubro 19, 2022Arte criada por Maria Rosa @mariarosa.art
Conceição Evaristo
Maria da Conceição Evaristo é escritora, poetisa, romancista e ensaísta brasileira. Nasceu em 29 de novembro de 1946, em Belo Horizonte, Minas Gerais. Cresceu em uma família grande, sendo a segunda mais velha de 9 irmãos. Viveu sua primeira infância na favela do Pindura Saia, localizada onde hoje se encontra o Mercado Distrital do Cruzeiro, em Belo Horizonte.
Conceição, conciliando literatura e a vida materna, graduou-se no curso de Letras pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) em 1990, é mestre em Literatura Brasileira pela PUC - Rio, em 1996 e doutora em Literatura Comparada pela Universidade Federal Fluminense (UFF), em 2011. Lecionou durante muitos anos em diversas instituições de ensino.
Participante ativa dos movimentos de valorização da cultura negra no Brasil, estreou na literatura em 1990, quando influenciada pelo coletivo cultural e editora Quilombhoje,
passou a publicar seus contos e poemas na série “Cadernos Negros”.
Desde então, seus textos vêm conquistando cada vez mais olhares curiosos de conhecimento. A escritora participa de publicações na Alemanha, Inglaterra, Estados Unidos, entre outros. Seus trabalhos são estudados em universidades brasileiras e do exterior.
Foi vencedora do “Prêmio Jabuti”, o maior prêmio da literatura brasileira em 2015 e foi homenageada como Personalidade Literária do ano pelo mesmo prêmio em 2019. Também conquistou os prêmios “Faz a Diferença” - Categoria Prosa, em 2017 e o “Prêmio Cláudia” - Categoria Cultura, no mesmo ano, entre outros.
Conceição ressalta a importância da leitura dos seus textos. Assim como bell hooks, a autora quer ser reconhecida por sua "escrevivência'', e não apenas pela sua imagem.
A autora é a maior fonte de inspiração para a criação deste material. Aqui você consegue perceber seu “corpo-escrita” “corpo-letra”, que dialoga com a “escrevivência” de todas as autoras presentes no planner.
Chimamanda
Chimamanda Ngozi Adichie é uma escritora nigeriana reconhecida como uma das mais importantes jovens autoras anglófonas de sucesso. Nasceu em uma família de classe média, em 15 de setembro de 1977 na cidade de Enugu.
Cresceu na cidade universitária de Nsukka, no sudeste da Nigéria. Seu pai, James Nwoye Adichie, era professor de estatística na universidade. E sua mãe, Grace Ifeoma, foi a primeira mulher a trabalhar como administradora desta universidade. Chimamanda estudou medicina efarmácia por um ano e meio e nesse período também editou a revista The Company ‘s dos estudantes de medicina.
Com 19 anos mudou-se para os Estados Unidos e estudou comunicação e ciências políticas, além de contribuir para o jornal Campus Lantern.
Em 2003 concluiu seu mestrado em escrita criativa e no mesmo ano publicou Hibisco roxo, que foi seu primeiro romance. Foi premiada pela escrita do livro com o Commonwealth Writers Prize e o Hurston Wright Legacy Award.
Seu segundo romance Meio Sol Amarelo publicado em 2006, ganhou em 2007 o “Orange Prize for Fiction” e o “National Book Critics Circle Award”, além de ter recebido adaptação para o cinema em 2013.
Em 2008 concluiu mais um mestrado em estudos africanos, com a dissertação “O Mito da Cultura” e em 2009 lançou sua primeira coletânea de contos intitulada “No seu pescoço”.
Entre 2011 e 2012 recebeu uma bolsa da Universidade de Harvard para escrever o romance Americanah, que foi publicado em 2013 e recebeu premiações e adaptação para o cinema, com os direitos reservados por Lupita Nyong’o e suas publicações não param por aí.
Chimamanda teve seu trabalho traduzido para mais de 30 idiomas.
Sejamos todas feministas 2014
Para Educar Crianças Feministas – Um Manifesto 2017
Bell Hooks
bell hooks, (Gloria Jean Watkins), é autora, professora, teórica, artista e ativista social norte americana. Em 25 de Setembro de 1952, em uma pequena cidade chamada Hopkinsville, em Kentucky, no sul dos Estados Unidos, nascia uma das principais teólogas do feminismo, pedagogia, e da interseccionalidade de gênero, raça e capitalismo.
Sua carreira como professora começou em 1976 ministrando a disciplina de estudos étnicos na Universidade da Califórnia. Após três anos de atuação, lançou seu primeiro livreto de poemas intitulado And There We Wept, assinou sua autoria com o pseudônimo, “bell hooks”.
Bell Blair Hooks era o nome de sua bisavó materna. A autora afirma que escolheu homenageá-la devido a seu jeito áspero e imponente de se comunicar, algo que ela sempre admirou. Mais uma curiosidade é que o seu nome como autora é escrito em letras minúsculas: “bell hooks”, segundo a própria, é para distanciar seu pseudônimo da grandeza de sua bisavó e também para dar foco ao conteúdo do livro e não a quem escreveu.
Durante os anos 1980-1990, foi professora em diversas universidades renomadas, como Santa Cruz, Universidade de San Francisco, Yale, entre outras. Em 1981, lançou sua maior obra: E eu não sou uma mulher?: Mulheres negras e feminismo, escrito na época de sua faculdade e que discute o impacto do racismo e sexismo na vida de mulheres negras, o sistema educacional, a ideia de supremacia e patriarcado branco, a marginalização de mulheres negras e discussões de raça e classe dentro do feminismo.
bell hooks publicou mais de 30 livros citando tópicos sobre homens negros, patriarcado e masculinidade como forma de proteção, sexualidade, a capacidade de amar comunidades para superar as desigualdades de raça, classe e gênero, feminismo negro e pedagogia.
Por suas obras, foi vencedora do “American Book Awards” de 1991, considerado um dos maiores prêmios da literatura. Em 1992, pela Publishers Weekly, sua obra E eu não sou uma mulher?: mulheres negras e feminismo, foi assinalado como um dos mais influentes livros escritos por mulheres dos últimos 20 anos. Ganhou o prêmio de livro infantil do ano de 2002 pela The Bank Street College, com o livro Homemade Love, entre outros prêmios.
Maya Angelou
Maya Angelou foi uma escritora, poeta, atriz, cantora e realizadora norte-americana, nasceu em St. Louis, Missouri, Estados Unidos, no dia 4 de abril de 1928 e faleceu no estado da Carolina do Norte, Estados Unidos em 28 de maio de 2014, aos 86 anos.
Seu nome de registro é Marguerite Ann Johnson, Maya era o apelido de infância que seu irmão usava para chamá-la de “my sister” e Angelou foi o sobrenome de um de seus maridos.
Maya ao longo da vida passou por diversas provações e uma delas aconteceu aos 8 anos de idade, quando foi estuprada pelo namorado de sua mãe. Na época, Maya contou para seu irmão, que contou para o resto da família.
O criminoso foi julgado e considerado culpado, mas ficou apenas um dia na prisão. Ele morreu poucos dias depois. A suspeita é de que, possivelmente, foi assassinado por alguém da família de Maya.
Após essa experiência traumática, ficou durante quase 5 anos sem falar, acreditando que sua voz matava as pessoas. Era como se a voz dela tivesse matado o seu agressor. Neste período em silêncio foi que Maya desenvolveu o seu gosto pela literatura e pode aperfeiçoar seus outros sentidos.
Recuperada do silêncio, foi buscar alternativas para se manter. Engravidou com 17 anos e foi atrás de se emancipar. Se tornou a primeira motorista negra de ônibus da cidade de São Francisco e, ao longo dos anos, teve experiência com outras profissões.
Maya explorou todas as suas habilidades sendo atriz, cantora e dançarina. Foi também a primeira mulher negra a ser roteirista e diretora em Hollywood. Além disso, era ativista pelos direitos civis, junto a Martin Luther King Jr. e Malcolm X e atuou como jornalista e professora em África, ajudando vários movimentos de independência africanos.
Nos anos 1960, Maya Angelou desenvolveu sua escrita e começou a escrever sua primeira autobiografia, seu livro mais conhecido I Know Why Caged Bird Sings (Eu Sei Porque o Pássaro Canta na Gaiola), que foi indicado para o National Book Award em 1974.
Ganhou prêmios, homenagens e honrarias, incluindo a medalha Presidencial da Liberdade em 2011, considerada a maior condecoração dos Estados Unidos, recebida das mãos do Presidente Barack Obama.
Audre Lorde
Audre Lorde, como ela mesma se intitulava: era “preta, lésbica, mãe, guerreira e poeta”. Nasceu em 18 de fevereiro de 1934 em Harlem, Nova York, Estados Unidos, e morreu em 1992 nas Ilhas Virgens Americanas, Estados Unidos, aos 58 anos, devido a um câncer de mama.
Audrey Lorde era a grafia correta do seu nome, porém, ainda criança decidiu trocar o “y” por “e’ e explica que estava mais interessada na simetria artística do nome com as duas terminações em “e”.
Lorde graduou-se em biblioteconomia pela Universidade da Cidade de Nova Iorque em 1959, e se tornou mestre na mesma área de atuação pela Universidade de Columbia em 1961.
Durante os anos de 1960 pode ter seus textos publicados em antologias estrangeiras e em revistas literárias para escritores negros. Seu primeiro livro The First Cities foi publicado em 1968, e em 1974 o seu segundo e mais politizado trabalho, The New York Head Shot and Museum.
Lord narra sua luta em sua primeira coletânea de prosas, The cancer Journals, livro que ganhou o prêmio “Gay Caucus” em 1981.
Antes de sua morte, participou de uma cerimônia africana de nomeação, onde recebeu o nome de Gambda Adisa, que significa “Guerreira: ela que faz sua significância conhecida”. Lorde deixou um legado de conhecimento e questionamentos sobre qual o papel de cada um dentro da comunidade que luta por questões de raça e gênero.
"O que eu deixo tem vida própria. Eu já disse isso sobre poesia; eu disse isso sobre filhos. Bem, de certa maneira, estou me referindo ao próprio artefato da pessoa que fui". Diz Lorde em trecho do documentário que narra sua vida, chamado A Litany for Survival: The Life and Work of Audre Lorde.
Sueli Carneiro
Aparecida Sueli Carneiro é filósofa, escritora e ativista do movimento negro, sendo uma das mais importantes autoras do feminismo negro brasileiro. Nasceu no dia 24 de junho de 1950 em São Paulo.
Em 1988 fundou o GELEDES - Instituto da Mulher Negra, primeira organização feminista, onde criou o programa de orientação na área de saúde específico para mulheres negras. Além de ser diretora e vice-presidente do fundo do Brasil de Direitos Humanos, também foi convidada para integrar o Conselho Nacional da Condição Feminina, em Brasília.
Em 1992, atendendo ao pedido de um grupo de rappers da periferia de São Paulo, vítimas frequentes de agressão policial, criou o projeto Rappers, em que os jovens denunciam e espalham conhecimento sobre suas questões dentro da comunidade.
Sueli coleciona prêmios e honrarias, como o “Prêmio Bertha Lutz” (2003); Menção Honrosa no “Prémio de direitos humanos Franz de Castro Holzwarth”; Prêmio Direitos Humanos da República Francesa; “Prêmio Benedicto Galvão” (2014); “Prêmio Itaú Cultural 30 anos” (2017); “Prêmio Especial Vladimir Herzog” (2020);
Em 2018 foi criado o selo editorial Sueli Carneiro pela também escritora Djamila Ribeiro, para homenagear Sueli pelo valioso trabalho de transformação realizado por ela no âmbito nacional e internacional.
Angela Davis
Angela Davis é uma professora, escritora e filósofa socialista estadunidense que alcançou notoriedade mundial na década de 1970 como integrante do Partido Comunista e dos Panteras Negras. Nasceu em Birmingham, Alabama, Estados Unidos, em 26 de janeiro de 1944.
Além de ser conhecida por sua militância pelos direitos das mulheres e contra a discriminação social e racial nos Estados Unidos, além da sua extensa lista de livros publicados, também se destaca por ter sido personagem de um dos mais polêmicos e famosos julgamentos criminais da história dos Estados Unidos.
Davis foi presa na década de 1970 acusada pelo crime de sequestro, assassinato e conspiração, devido a uma tentativa de resgate dos Panteras Negras que deu errado e acabou com um juiz baleado e morto. Foi atribuída a Davis a responsabilidade pelo ocorrido, e seu nome foi acrescentado na lista de mais procurados do FBI. Depois de capturada e após 18 meses aguardando julgamento, foi considerada inocente.
Ficou mundialmente conhecida pela comoção que sua prisão causou, dando início a campanha “libertem Angela Davis”, nome dado ao documentário que conta sua história.
Angela foi impedida de lecionar na universidade da Califórnia devido às acusações e afiliação ao partido comunista, pelo qual se candidatou à vice-presidência da república em 1980 e 1984.
Ganhadora do Prêmio Lênin da Paz, escreveu diversos livros e até hoje exerce seu ativismo, dando palestras e proferindo discursos em que levanta a bandeira em prol dos direitos humanos, tendo como foco a luta anti-cárcere.
“Se precisássemos ir ao banheiro ou quiséssemos um copo de água, tínhamos de procurar o cartaz com a inscrição ‘de cor’. A maioria das crianças negras do Sul da minha geração aprendeu a ler as palavras ‘de cor’ muito antes de aprender o abecedário.” Angela Davis em trecho de sua autobiografia.
Lélia Gonzalez
Lélia Gonzalez, filha de pai negro e mãe indígena, foi uma intelectual, autora, política, professora, filósofa e antropóloga. Nasceu em Belo Horizonte, no dia 1 de fevereiro de 1935 e morreu em 10 de julho de 1994, no Rio de Janeiro.
Lélia começou a buscar entender melhor sobre suas origens e sobre como o racismo operava em sua vida quando seu primeiro marido (branco) cometeu suicídio, em consequência da forma racista que a família dele lidava com seu casamento. Segundo a autora, tornou-se negra aos 40 anos.
Foi pioneira em estudos sobre cultura negra no Brasil, sendo cofundadora do Instituto de Pesquisas das Culturas Negras do Rio de Janeiro (IPCN-RJ), do Movimento Negro Unificado e do Olodum.
Lélia criou os termos “amefricanidade”, “pretuguês” entre outros, para explicar a situação da mulher negra brasileira que se encontra em diáspora. Autora das obras Lugar de Negro e Festas populares no Brasil, que infelizmente não foram reimpressos e não estão disponíveis no mercado.
O pensamento de Lélia passa pelo marxismo, psicanálise, feminismo e pan-africanismo. Lembrando que o marxismo é abordado com um olhar mais crítico, englobando questões raciais.
Em 1979 iniciou uma conexão internacional com lideranças negras de diversos países e publicou o artigo “Mulher negra – um retrato”.
Em 1981 filiou-se ao PT – partido dos trabalhadores –, tornando-se integrante do diretório nacional. Sobre Lélia Gonzalez, Angela Davis diz: “Eu me sinto estranha quando sinto que estou sendo escolhida para representar o feminismo negro. E por que aqui no Brasil vocês precisam buscar essa referência nos Estados Unidos? Eu acho que aprendo mais com Lélia Gonzalez do que vocês poderiam aprender comigo”
Octavia Butler
Octavia Butler foi uma escritora consagrada e responsável por uma revolução no gênero de ficção científica. Nasceu em 22 de junho de 1947 em Pasadena, Califórnia, Estados Unidos e morreu em Washington, Estados Unidos, no dia 24 de fevereiro de 2006, aos 58 anos.
Filha de pais humildes, Butler cresceu com sua avó. Filha única e solitária, desenvolveu para se distrair, uma enorme imaginação e se tornou uma das mais aclamadas autoras de ficção científica. Foi a primeira mulher negra a se destacar no gênero.
Escreveu seu primeiro conto aos 12 anos. Assistia as ficções da época e não gostava. Pensava consigo que poderia fazer melhor e se dedicou muito para que isso acontecesse. Uma das grandes mudanças que prometeu foi sobre o enredo, adicionando personagens e protagonistas pretos, algo que na época também sentia falta.
Nas suas ficções abordava temas impactantes com uma dinâmica que inclui nossos problemas sociais. Octavia abriu caminho em uma área da literatura extremamente falocêntrica e branca, para que outras mulheres possam se realizar dentro deste universo. É um dos nomes mais fortes quando se fala em afrofuturismo.
Não pode saborear o clamor por sua obra que passou a ser o centro das atenções, vendendo cerca de 100.000 exemplares por ano, nos anos seguintes à sua morte.
Octavia Butler já ganhou o prêmio Hugo, o Nebula e o Locus, além da MacArthur Fellowship, entregue a americanos excepcionais. Quatro anos após a sua morte, entrou para o hall da fama da ficção científica em Seattle.
Grada Kilomba
Grada Kilomba é professora universitária, psicóloga, escritora, teórica e artista multidisciplinar reconhecida pelo seu trabalho que tem como foco a psicanálise, gênero, racismo e pós-colonialismo. Nasceu em Lisboa, Portugal, em 1968 e vive hoje em Berlim, Alemanha, desde 2008.
Seu trabalho busca descolonizar toda estrutura racista, abordando o racismo no ato, na fala, na arte e nas estruturas sociais como um todo.
“Como artista negra, todo o teu percurso desaparece muito rapidamente. E há um certo populismo em reduzir tua biografia a um roteiro quase de telenovela, uma coisa bem sensacionalista, que não explica quem tu és, nem a complexidade do teu trabalho”. Grada Kilomba.
Seu livro Memórias da plantação da editora Cobogó foi o livro mais vendido da Flip -Festival Internacional de Literatura de Paraty- de 2019.
Seu trabalho está traduzido em várias línguas, publicado e encenado internacionalmente.
Toni Morrison
Toni Morrison foi uma escritora, professora e editora. Nasceu em 18 de fevereiro de 1931, em Ohio, Estados Unidos, e faleceu em 2019, no estado de Nova Iorque aos 88 anos.
Formada em letras pela Howard University, tornou- se a primeira escritora negra a receber o prêmio Nobel de literatura, em 1993.
Em 1953, iniciou o mestrado em literatura na Universidade Cornell, em Ithaca, Nova York. Com o mestrado concluído, dedicou-se ao ensino por nove anos. Após esse período começou a trabalhar na renomada editora Random House, Foi trabalhando em uma grande editora que Morrison se esforçou para que houvesse a difusão de escritores negros como Angela Davis e Toni Cade Bambara.
Estreou na literatura em 1970 com seu primeiro romance O olho mais azul, hoje um best-seller. Morrison era segura da autenticidade da sua escrita e não parou de produzir. Em um período de dez anos publicou Sula (1973), A canção de Solomon (1977) e Tar baby (1981).
Toni Morrison foi conquistando uma posição de destaque dentro do universo literário americano e ganhou muitos prêmios aclamados, tendo sido a primeira mulher negra a ganhar o Book of the Month Club. Sua obra conta com romances, livros infantis, obras de não ficção, contos, peças de teatro e libretos para ópera.
Seu livro mais aclamado e premiado é o Amada (1987), romance que foi baseado na história real de Margaret Garner, mulher escravizada. O livro é considerado uma das grandes obras americanas do século XX, foi adaptado para o cinema em 1998 e venceu o “National Book Award”. O livro também recebeu o prêmio Pulitzer.
Toni Morrison em 1993 recebe seu maior prêmio, o Nobel de Literatura, com seus trabalhos “caracterizados por uma força visionária e um influxo poético, [que dão] vida a um aspecto essencial da realidade americana”.
Roxane Gay
Roxane Gay é uma escritora, professora, editora e comentarista social. Nasceu em 15 de outubro de 1974 em Omaha, Nebraska, e tem origem haitiana.
Começou a escrever ensaios quando era adolescente. Completou sua graduação e também obteve um mestrado com ênfase em escrita criativa. Roxane frequentou a escola de pós-graduação, onde obteve o doutorado em Retórica e Comunicação Técnica em 2010.
Roxane é autora da coleção de ensaios mais vendidos do The New York Times, Bad Feminist (Feminista má) em 2014, a coleção de contos Ayiti em 2011, do romance An Untamed State, também em 2014, da coleção de contos Difficult Women em 2017, entre outros.
Seu livro mais conhecido é o Fome, uma autobiografia do (meu) corpo, nele Roxane relata o estupro coletivo que sofreu quando ainda era uma criança de 12 anos, o que fez com que sua vida se dividisse em antes e depois da violência.
Depois do ocorrido e com o trauma, Roxane começou a comer compulsivamente e intencionalmente para que ficasse gorda, algo que ela acreditava, baseada no que lhe foi ensinado na infância, a tornaria repulsiva para os homens, e desta forma estaria salva de ser violentada novamente. Chegou aos seus 262 quilos e até hoje tem problemas relacionados a este trauma vivido na infância.
Ela faz uma reflexão sobre questões de raça, gênero, identidade, a relação da indústria do emagrecimento que prega o corpo “perfeito” e o motivo do sobrepeso. Roxane escreve “FOME” para provar que ninguém sabe sobre o corpo do outro.
Roxane ganhou diversos prêmios e honrarias.
Texto e pesquisa: Maria Rosa
Revisão: Fabiana Brasil
Referências:
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TUNCA, Daria . Chimamanda Ngozi Adichie: uma introdução, Cerep, 2/07/2021. Biografia. Disponível em:https://www.chimamanda.com/about-chimamanda/. Acesso em 01/08/2021.
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