Tereza de Benguela
Rainha Tereza de Benguela foi líder do quilombo Quariterê, localizado no atual estado de Mato Grosso, no século XVIII. Com a morte do marido, tornou-se a rainha do quilombo e a liderança feminina mais conhecida dos quilombos coloniais do Brasil, depois de Palmares, comandando a estrutura política, econômica e administrativa do local e mantendo um sistema de defesa com armas trocadas com os brancos ou roubadas das vilas próximas.
Foram duas décadas de resistência à escravidão da comunidade negra e indígena, até que, em 1770, o Quariterê foi destruído e a população quilombola foi morta ou aprisionada. Relata-se que Rainha Tereza teria se suicidado na prisão após a sua captura e há vestígios de que as pessoas que fugiram reconstruíram o quilombo.
Símbolo de luta e resistência também nos dias atuais, em 2014, 25 de julho virou nacionalmente o Dia de Tereza de Benguela e da Mulher Negra, por meio de lei sancionada pela presidenta Dilma Rousseff e de autoria da deputada Leila Barros. O objetivo é “fomentar o debate sobre a emancipação das mulheres negras e o fim da desigualdade étnico-racial”. O aquilombamento contemporâneo tem em Rainha Tereza uma de suas inspirações.
ARRAES, Jarid: Heroínas Negras Brasileiras Em 15 Cordeis. 2. Ed. São Paulo: Editora Seguinte, 9 outubro de 2020.
GOMES, Flávio dos Santos.
Enciclopédia Negra/Flávio dos Santos Gomes, Jaime Lauriano e Lilia
Moritz Schwarcz. 1. Ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.