A história por trás da "Garota Dinamarquesa" Lili Elbe

junho 22, 2023

Garota Dinamarquesa



Lili Ilse Elvenes, mais conhecida como LiLi Elbe, foi a musa dos quadros da artista Gerda Wegener. Nasceu em 28 de dezembro de 1882 em Vejle, na Dinamarca. Foi umas das primeiras mulheres transgêneros a fazer a cirurgia de redesignação sexual. E uma pintora de sucesso antes de sua transformação.

No caminho percorrido a partir de 1882 até 1930, data em que segundo registros foi sua primeira cirurgia, Elbe se transformou e foi renascendo lentamente. Observa-se, em vários textos sobre Lili, que os primeiros movimentos aconteceram enquanto ela se tornava musa da sua, então esposa, Gerda Wergener, uma artista plástica cujas obras questionavam as construções de gênero.  Lili precisou modelar para esposa, já que sua modelo havia faltado, e ao que nos é possível entender, ela foi se encontrando nesse corpo de forma que não havia mais possibilidade de ser outra pessoa.

O olhar desprendido de Gerda dos moldes da sociedade foi um importante auxilio a Elbe, um ponto seguro. Viver em Paris também foi importante para que as duas vivessem essas transformações. Assim pode ir abandonando cada aspecto do sexo que lhe foi atribuído ao nascer, abandonando até mesmo a pintura, que era sua profissão neste tempo.

Alguns de seus procedimentos cirúrgicos foram experimentais. A primeira foi a remoção dos testículos em Berlim, no ano de 1930. A segunda foi a implementação do ovário. Na terceira removeu o pênis e o escroto. Cirurgias estas realizadas na cidade de Desdran. Depois de ter seu casamento anulado conseguiu mudar sua documentação registrando seu nome como Lili Ilse Elvenes.  Mudou-se para Desdran, adotou o sobrenome Elbe, em homenagem ao rio que flui pela cidade, e começou um relacionamento com Claude Lejeune, com quem queria ter filhos.

 Seus registros na Clínica Feminina Municipal de Dresden, onde foram feitas suas cirurgias, se perderam. A clínica foi bombardeada pelos nazistas em maio de 1933. O que se sabe é que foi lá que Lili transplantou o útero e fez uma vaginoplastia em 1931, ela foi a segunda mulher trans a passar por essa cirurgia. Mas seu sistema imunológico rejeitou o útero implantado e ela precisou de outra cirurgia, o que gerou uma infecção, levando-a a uma parada cardíaca e à morte em 13 de setembro de 1931.

Pensar Lili Elbe é pensar a transexualidade em camadas que a sociedade, ainda hoje, teima em não assimilar.  

 

Arte de Maria Rosa em homenagem a Lili Elbe

 
Pesquisa e texto: Fabiana Brasil

Para elaboração deste texto os seguintes sites foram acessados:

https://revistacontinente.com.br/edicoes/185/gerda-wegener--feminino-a-toda-prova

https://stringfixer.com/pt/Lili_Elbe

https://revistahibrida.com.br/historia-queer/a-verdadeira-garota-dinamarquesa-conheca-a-historia-de-lili-elbe/

https://brasil.elpais.com/brasil/2016/01/02/estilo/1451748884_931165.html

https://pt.wikipedia.org/wiki/Lili_Elbe

 

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