12 Mulheres que revolucionaram a história feminista, antirracista, anticapacitista e lgbtqiap+.

outubro 04, 2023


Todo ano, a Arte de Maria lança um novo material de organização que, além de organizar, inspira, representa e homenageia todas as mulheres que fizeram da vida uma revolução em nossa história, com arte e suas histórias contadas. Para o ano de 2024 , vocês podem se inspirar em diversas áreas de conhecimento e luta. Todas as artes e produtos de organização estarão disponíveis a partir do dia 24 de outubro de 2023 através do site da Arte de Maria.

Elas viveram para que pudessemos celebrar nossa existência!

Bertha Lutz

Arte: @mariarosa.art / @arte.de.maria

Bertha Maria Júlia Lutz, nascida em 2 de agosto de 1894 em São Paulo e falecida em 16 de setembro de 1976 no Rio de Janeiro, foi uma líder proeminente na luta feminista pelos direitos políticos das mulheres brasileiras. Educada na Europa, onde obteve seu diploma em Biologia pela Sorbonne, Bertha desempenhou um papel crucial na campanha sufragista na Inglaterra.

Ao retornar ao Brasil em 1918, ela se tornou a segunda mulher a ingressar no serviço público do país, trabalhando como bióloga no Museu Nacional. Em 1919, fundou a Liga para a Emancipação Intelectual da Mulher, que serviu de base para a criação da Federação Brasileira pelo Progresso Feminino (FBPF). Bertha liderou a luta pelo direito ao voto feminino e representou as mulheres brasileiras na Assembleia-Geral da Liga das Mulheres Eleitoras nos Estados Unidos.

Discurso de Bertha Lutz na Comissão de
Redação do 
Anteprojeto de Constituição
Em 1932, após anos de esforços, o direito ao voto feminino foi concedido por decreto-lei pelo presidente Getúlio Vargas. Bertha também se formou em Direito em 1933 pela Faculdade do Rio de Janeiro. Além disso, desempenhou um papel fundamental na criação da primeira escola de enfermagem no Brasil e coordenou o primeiro congresso feminista do país.


I Congresso Internacional Feminista no Rio de Janeiro.
Na foto vemos Almeida, Julia Valentim da Silveira Lopes de,
1862-1934 | Almeida, Margarida Lopes de, 1897 | 
Catt, Carrie Chapman, 1859-1947 | Coimbra, Estácio, 1872-1937 | 
Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro
Lutz, Bertha, 1894-1976 | Manus, Rosette Susana, 1881-1943 | 
Mesquita, Jerônima, 1880-1972 | Morgan, Edwin Vernon, 1865-1935 | 
Pacheco, José Felix Alves, 1879-1935 entre outros.
Fotografia do Acervo Nacional.
Bertha contribuiu para a fundação de várias organizações feministas, incluindo a União Universitária Feminina, a Liga Eleitoral Independente, a União Profissional Feminina e a União das Funcionárias Públicas.

Correspondência da União de Funcionárias
Públicas e da Liga Eleitoral Independente
encaminhada ao Deputado Nogueira Penido.
Embora não tenha sido eleita na Assembleia Nacional Constituinte de 1934, assumiu o cargo de deputada na Câmara Federal em 1936, concentrando-se em questões trabalhistas para mulheres e menores, como igualdade salarial e licença maternidade.

Telegrama nº 5072 da União Universitária Feminina,
encaminhada a Getúlio Vargas, solicitando a
inclusão de Bertha Lutz na Subcomissão da Constituinte.
Seu último ato público em defesa dos direitos das mulheres ocorreu em 1975, no Congresso Internacional da Mulher, na Cidade do México. Bertha Lutz deixou um legado significativo e atualmente é homenageada pelo Museu Virtual Bertha Lutz na Universidade de Brasília.

Aqualtune

Arte: @mariarosa.art / @arte.de.maria

Aqualtune nasceu no Reino do Congo como princesa e liderou uma parte dos guerreiros na Batalha de Mbwuila (também conhecida como Ambuíla) em 1665, onde enfrentaram os portugueses, resultando em sua derrota e subsequente captura. Posteriormente, ela foi levada ao Brasil como escravizada. Após passar por uma trajetória marcada por intensa dor, conseguiu escapar e se tornou a primeira líder do Quilombo dos Palmares.

mapa do reino do Congo em 1665
Após a captura, Aqualtune foi levada para Recife e lá foi condenada à escravidão reprodutiva. Existem diversas versões de sua trajetória até chegar a Palmares. Uma narração delas conta que, diante da intensa angústia que enfrentou, chegou a se lançar ao mar numa tentativa desesperada de retorno à sua terra natal. 

Enquanto estava grávida de Ganga Zumba, liderou uma revolta com base em seu vasto conhecimento estratégico, o que possibilitou sua fuga junto a outros escravizados em direção a Pernambuco, onde se uniu à comunidade de Palmares.

mapa que mostra a localização do quilombo dos Palmares 

Com seu espírito resiliente e liderança natural, Aqualtune se destacou como guerreira e estrategista, contribuindo para a defesa do Quilombo dos Palmares contra os ataques das forças coloniais, sendo reconhecida como uma líder. No quilombo, deu à luz três filhos: Ganga Zumba, que se tornaria um dos maiores líderes quilombolas da história; Gana; e Sabina, que mais tarde deu à luz Zumbi dos Palmares, o maior líder quilombola da história negra do país.

Aqualtune desafiou a opressão colonial e se tornou um símbolo de resistência na história afro-brasileira. Embora os detalhes exatos de sua vida possam variar de acordo com diferentes fontes e versões, a história geral de Aqualtune é inspiradora. 

Sua morte é incerta devido à falta de registros confiáveis. No entanto, duas versões são descobertas: uma conta que ela foi assassinada pelos portugueses durante uma das invasões às vilas de Palmares, enquanto a outra afirma que ela conseguiu fugir e morreu em paz devido ao avanço da idade. Ela é lembrada como uma mulher brilhante e forte, que deixou um legado de resistência e inspiração.

Clara Camarão

Clara Camarão, nascida no século XVI ou início do século XVII, não se sabe ao certo, teve sua origem no Rio Grande do Norte, embora tenha passado a maior parte de sua vida na capitania de Pernambuco. Seu nome "Clara" foi adotado durante o batismo cristão, não havendo registros de seu nome indígena original. O sobrenome "Camarão" provém de seu casamento com outro indígena chamado Poti (Camarão), também conhecido como Antônio Felipe Camarão. Assim como Clara, Felipe Camarão foi convertido ao cristianismo pelos padres jesuítas.

Arte: @mariarosa.art / @arte.de.maria
Clara é conhecida por ter sido fundamental na primeira Batalha dos Guararapes, na qual nativos e portugueses se uniram contra os holandeses em Pernambuco. Ela também é associada à Batalha de Tejucupapo, na qual mulheres lutaram de maneira estratégica, usando trincheiras e água com pimenta para vencer os inimigos.

Batalha de Tejucupapo retratado em painel pela pintora Tereza Costa Rego.

Batalha dos Guararapes, óleo sobre tela por Victor Meirelles
Apesar das informações limitadas sobre sua vida, Clara é considerada uma heroína nas guerras contra os holandeses e é homenageada por suas ações. Ela é lembrada como uma personagem célebre e, desde 1993, a Batalha de Tejucupapo é encenada em Goiana, Pernambuco, para homenagear as mulheres que lutaram naquela batalha.

BAtalha de Tejucupapo encenada.
Em reconhecimento às suas contribuições, Clara foi incluída no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria desde 2017.

Dandara

Arte: @mariarosa.art / @arte.de.maria

Na versão mais conhecida da história de Dandara, é sabido que ela foi esposa e parceira de Zumbi dos Palmares, contribuindo nas batalhas e na organização estratégica do quilombo. Juntos, tiveram três filhos: Motumbo, Harmódio e Aristogíton. Assim como Zumbi, Dandara foi capturada e, para evitar a escravização novamente, optou pela morte, lançando-se de um precipício em 6 de fevereiro de 1694. Dandara exerceu uma grande influência nas estratégias do quilombo e desempenhou um papel crucial ao longo do reinado de Zumbi.

Zumbi dos palmares, pintura de Antonio
Parreiras Acervo do Museu Antonio Parreiras Niterói

Existem várias versões dessa história, mas nada está documentado a respeito. A única referência ao nome de Dandara surge no romance de João Felício dos Santos, intitulado "Ganga Zumba", publicado em 1962. No entanto, não há registros nos documentos do Conselho Ultramarino sobre a conquista de Palmares em 1678. Isso não pode excluir definitivamente sua existência, uma vez que os registros da época pouco mencionavam as mulheres do quilombo.

Seria Dandara uma lenda? Uma história contada na literatura e uma ressignificação da figura feminina na liderança quilombola dos Palmares?

Seu nome foi incluído no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria desde 2019, conforme previsto pela Lei nº 13.816. Essa legislação visa considerar a importância de personagens e heróis negros e afrodescendentes na história do Brasil.


Maria Felipa

Arte: @mariarosa.art / @arte.de.maria
Maria Felipa nasceu na Ilha de Itaparica em data incerta e faleceu em 4 de julho de 1873. Era uma ganhadeira, pescadora e habilidosa capoeirista, mulher negra liberta, que desempenhou um papel fundamental como articuladora na luta pela independência da Bahia no Brasil.

Ilha de Itaparica - mapa ilustrativo
Após a proclamação da Independência do Brasil em 7 de setembro de 1822, os portugueses resistiram à separação política, e foi nesse contexto que Maria Felipa desempenhou um papel crucial como estrategista para evitar invasões de embarcações portuguesas.

Quadro Alegoria ao 07 de Janeiro de 1823 de Mike Sam Chagas - Reprodução/Mov. Viva Ilha
Em 1823, Maria Felipa liderava um grupo de 40 mulheres, organizadas de maneira estratégica, para atrair os vigias dos navios portugueses que estavam aguardando para invadir Salvador. O objetivo de Maria Felipa era afastá-los das embarcações. Uma vez afastados de seus postos, os homens foram surrados com galhos de cansanção, uma planta altamente venenosa que causava queimaduras graves na pele, ardor e dor intensa. Com os vigias afastados e feridos, Maria Felipa e seu grupo de mulheres conseguem incendiar as embarcações e derrotar os portugueses em 2 de julho de 1823.

Embora não existam documentos que comprovem sua existência, a história de Maria Felipa foi transmitida de geração em geração. Apesar da incerteza sobre a veracidade dos fatos, não se pode duvidar da importância e representatividade de Maria Felipa, que representa uma ressignificação de séculos de apagamento histórico do povo negro ou uma afirmação de existência e resistência que deve ser lembrada.


Tia Ciata

Hilária Batista de Almeida, conhecida como Tia Ciata, nasceu em 13 de janeiro de 1854, na Bahia. Filha de Oxum, foi iniciada no candomblé na casa de Bambochê, da nação Ketu. Aos 22 anos, mudou-se para o Rio de Janeiro junto com africanos e outras pessoas negras nascidas no Brasil, formando uma nova família ao se casar com João Baptista da Silva, com quem teve 14 filhos. Tia Ciata também é avó de Bucy Moreira, um grande sambista.

Neto de Tia Ciata BUCY MOREIRA
Coleção José Ramos Tinhorão (IMS)
https://acervos.ims.com.br/

Já no Rio de Janeiro, começou a construir seu legado na pequena comunidade africana em formação, tornando-se uma figura central. Ela desempenhou um papel fundamental na consolidação do samba carioca, transformando sua casa em um espaço de encontro para sambistas e líderes religiosos, criando um território cultural original e criativo da cultura negra carioca. Como mãe-de-santo, Tia Ciata celebrava seus orixás.

Arte: @mariarosa.art / @arte.de.maria

Ciata também se destacou, junto com outras tias baianas, como uma das pioneiras na tradição das baianas quituteiras no Rio de Janeiro. Seu legado é imenso e continua a ser honrado pela comunidade que ela iniciou e fortaleceu, mesmo após sua morte em 1924, aos setenta anos de idade.

Casa Tia Ciata

Ainda hoje existe a Casa Tia Ciata, localizada no centro do Rio de Janeiro, que serve como sede da Organização dos Remanescentes da Tia Ciata (ORTC) e como espaço cultural para preservar viva a memória desta matriarca do samba.


Helen Keller

Helen Keller veio ao mundo em 27 de junho de 1880, no estado do Alabama. Ela obteve um diploma de bacharelado e alcançou reconhecimento como escritora, filósofa, palestrante e defensora dos direitos das minorias e das pessoas com deficiência. Filha de Kate Adams Keller e Arthur Keller, que foi capitão do Exército dos Estados Confederados da América, Helen Keller perdeu sua visão e audição aos 19 meses de idade, em decorrência de uma enfermidade cuja causa permanece desconhecida.

Arte: @mariarosa.art / @arte.de.maria

A mãe de Helen buscou aconselhamento sobre como seguir com sua educação e foi encaminhada ao Perkins Institute for the Blind, em Boston. Lá, o diretor sugeriu que uma ex-aluna, Anne Sullivan, que também era cega, se tornasse instrutora de Keller. Foi o início de uma relação forte de 49 anos entre Sullivan e Keller. Em seis meses, Keller aprendeu 625 palavras, o que foi surpreendente dada as suas condições.

Anne Sullivan e Helen Keller
Em 1904, Helen formou-se bacharel em Filosofia pelo Radcliffe College. Keller era membro do Partido Socialista e ajudou a fundar a Associação de Liberdades Civis Americana, que apoiava o direito ao voto feminino, entre outras necessidades de emancipação feminina na época, além de desenvolver diversos trabalhos em prol das pessoas com deficiência.

A partir de 1924, Helen foi nomeada membro e conselheira nas relações nacionais e internacionais da "American Foundation for the Blind", uma instituição para informações sobre a cegueira, fundada em 1921. Foi também em 1924 que iniciou a sua campanha para levantar fundos para o “Fundo Helen Keller”.

A partir de 1946, ela visitou 35 países, onde recebeu diversas honrarias por seus grandes feitos. Em 1952, era nomeada "Cavaleira da Legião de Honra da França". Recebeu a "Ordem do Cruzeiro do Sul" no Brasil, o Tesouro Sagrado no Japão e o prêmio "Medalha de Ouro do Instituto Nacional de Ciências Sociais", entre outros.

Helen Keller tornou-se membro honorário de sociedades científicas e organizações filantrópicas dos cinco continentes. Ela faleceu 15 anos depois, em 1º de junho de 1968, aos 87 anos, em Easton, Connecticut, Estados Unidos. Ao longo de sua vida, publicou 14 livros e sua história se tornou o roteiro do filme "O Milagre de Anne Sullivan", lançado em 1962.

Cenas do filme O_Milagre_de_Anne_Sullivan

Dora Richter

Dora Richter, a primeira pessoa trans a passar por uma cirurgia de redesignação de gênero na história, nasceu em 1891 em uma fazenda nas Montanhas Ore, ou Erzgebirge, na fronteira entre o que hoje é a Alemanha e a República Tcheca.

Desde cedo, Dora nunca se constituiu verdadeiramente como um homem e, por conta disso, houve conflitos em relação ao seu próprio corpo. Aos seis anos de idade, sem compreender totalmente o significado disso, ela tentou remover seu próprio pênis usando um torniquete.

Quando chegou à idade adulta, Richter saiu de sua casa na zona rural e partiu para o norte, chegando a Berlim. Lá, ela trabalhou como garçom usando seu nome de batismo, mas sempre que não esteve presente nessa persona masculina, ela vivia sua vida como seu verdadeiro eu, trabalhando em diversos hotéis de alta classe.

Arte: @mariarosa.art / @arte.de.maria

Dora foi detida repetidamente por usar roupas tidas como femininas,  tendo que cumprir pena em instalações masculinas. Por volta de 1920, um juiz concedeu liberdade a Richter, permitindo que ficasse sob os cuidados do Dr. Magnus Hirschfeld. Este último a empregou no "Instituto de Ciência Sexual", o primeiro instituto de pesquisa moderna voltado para a saúde de pessoas queer e transgêneres em Berlim. Nesse local, várias outras mulheres trans passaram por moradia e emprego, atuando principalmente na organização e limpeza do instituto.

Magnus Hirschfeld durante uma fetsa com pacientes e inquilinos do Instituto de Sexologia de Berlim (Foto: Reprodução)

Uma vez no local, Dora conheceu Magnus e foi convidada a fazer parte de sua pesquisa para posteriormente passar pela redesignação. Em 1922, ela foi submetida à cirurgia de retirada dos testículos.

imagem ilustrada do Instituto de Ciência Sexual
Sempre sob os cuidados dos cientistas, Dora teve seu pênis removido em uma penectomia realizada pelo Dr. Ludwig Levy-Lenz, um médico do instituto. Meses mais tarde, Dora recebeu uma vagina artificial, que foi enxertada pelo médico Prof. Erwin Gohrbandt, de Berlim.

Dora Richter
Acredita-se que Dora tenha sido assassinada pelos nazistas durante o ataque ao instituto em 1933 ou capturada para posteriormente ser morta nas câmaras de gás. No entanto, o que aconteceu com Dora após a invasão nazista ao instituto permanece um mistério, pois o paradeiro dela nunca foi descoberto. Naquela época, as autoridades do estado queimaram todos os registros, incluindo aqueles que mencionavam Dora, impossibilitando a obtenção de informações conclusivas sobre seu destino.

Beatriz Nascimento

Arte: @mariarosa.art / @arte.de.maria
Beatriz Nascimento, uma intelectual renomada, ativista e pesquisadora brasileira, nasceu em 12 de julho de 1942 em Aracaju, Sergipe. No ano de 1949, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde mais tarde veio a falecer em 28 de janeiro de 1995. Sua notoriedade se deve ao engajamento significativo na promoção da cultura e história afro-brasileira, bem como por seu papel fundamental no movimento negro e na luta contra o racismo no Brasil.

Beatriz Nascimento em documentário Ôri
Nascimento formou-se em História na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) em 1971. Tempos depois, tornou-se professora da Rede Estadual Fluminense. Na Universidade Federal Fluminense (UFF), em 1981, concluiu o curso de pós-graduação Latu Sensu em História do Brasil. Entre 1970 e o início dos anos 1980, colaborou na retomada dos movimentos sociais negros organizados, mantendo vínculo com o Movimento Negro Unificado (MNU), fundado em 1978.

Beatriz Nascimento: Reprodução

Beatriz Nascimento é uma das maiores estudiosas do país a respeito da formação de quilombos no Brasil, mas é mais conhecida pelo documentário Ôrí. Lançado em 1989 e dirigido pela cineasta Raquel Gerber, a partir dos textos e da narração de Nascimento, Ôrí recupera os percursos dos movimentos negros que emergiram no Brasil entre 1977 e 1988, entrelaçados pela diáspora africana, tendo os quilombos como fio condutor.


Entre História, ativismo e educação, Beatriz Nascimento ainda percorreu o caminho das letras, tendo se dedicado também à escrita de uma série de textos, poemas, roteiros, ensaios e estudos teóricos, entre os quais se destaca "Por uma história do homem negro" (1974); "Kilombo e memória comunitária: um estudo de caso" (1982) e "O conceito de quilombo e a resistência cultural negra" (1985). No âmbito acadêmico, sua última parada foi na faculdade de Comunicação Social da UFRJ, onde deu início ao curso de mestrado. Infelizmente, uma dissertação não pôde ser defendida, pois ela foi assassinada pelo companheiro de uma amiga, que em 28 de janeiro de 1995 disparou cinco tiros à queima-roupa contra Beatriz.

Beatriz Nascimento faleceu prematuramente, deixando um legado significativo no campo da cultura, da pesquisa e do ativismo em prol da igualdade racial no Brasil. Sua contribuição continua a inspirar e influenciar as gerações seguintes de ativistas e pesquisadores dedicados à promoção da história e da cultura afro-brasileira.

Pelas suas importantes contribuições à pesquisa acadêmica, em outubro de 2021, é outorgado a ela o título póstumo de Doutora Honoris Causa in Memoriam pela UFRJ. Ao lado de Lélia Gonzalez (1935-1994), Sueli Carneiro (1950-) e Luiza Bairros (1953-2016), Beatriz figura como uma das mais importantes intelectuais negras brasileiras.

Hoje, Beatriz Nascimento empresta seu nome ao "Atlânticas - Programa Beatriz Nascimento de Mulheres na Ciência", o primeiro programa do governo federal voltado exclusivamente para mulheres cientistas negras, indígenas, quilombolas e ciganas.

PUBLICAÇÕES
UNESCO, 140p, 1987.

Livros

Todas [as] distâncias: poemas, aforismos e ensaios de Beatriz NascimentoOrganização de RATTS, Alex Ratts e Bethânia Gomes. Salvador: Editora Ogum’s Toques Negros, 2015.

Beatriz Nascimento - quilombola e intelectual: possibilidades nos dias de destruição. São Paulo: União dos Coletivos Pan-africanistas, 2018.

Uma história feita por mãos negras. Organização de Alex Ratts. Rio de Janeiro: Ed. Zahar, 2021.

Artigos

O movimento de Antônio Conselheiro e o abolicionismo. In: Revista do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional Nº 25, p. 261- 267, Rio de Janeiro,1997.

Texto e Narração de Ori. In: GERBER, Raquel (Dir.) Ori. São Paulo, Angra Filmes. 90 min, 1989.

LOPES, Helena Theodoro; SIQUEIRA, José Jorge & NASCIMENTO, Maria Beatriz. Negro e cultura no Brasil: pequena enciclopédia da cultura brasileira. Rio de Janeiro, UNIBRADE/

O conceito de quilombo e a resistência cultural negra. In: Afrodiáspora, n. 6-7, p. 41-49, 1985

Kilombo e memória comunitária – um estudo de caso. In: Estudos Afro-Asiáticos 6-7, p. 259-265, Rio de janeiro, 1982.

Sistemas sociais alternativos organizados pelos negros: dos quilombos às favelas. Relatório narrativo final (mimeo), 1981.

O Quilombo do Jabaquara. In: Revista de Cultura Vozes 3, p. 176-178, 1979.

Nossa democracia racial. In: Revista IstoÉ. 23/11/1977, p. 48-49, 1977.

Culturalismo e contracultura. In: Cadernos de Formação sobre a Contribuição do Negro na Formação Social Brasileira. Niterói, ICHF-UFF, p. 02-06, 1976.

Negro e racismo. In: Revista de Cultura Vozes. v. 68 n. 7, p. 65-68, 1974.

Por uma história do homem negro. In: Revista de Cultura Vozes, v. 68, n. 1, p. 41-45, 1974.

Nise da Silveira

Arte: @mariarosa.art / @arte.de.maria

Nise da Silveira nasceu em 15 de fevereiro de 1905, em Maceió, Alagoas, e faleceu em 30 de outubro de 1999, no Rio de Janeiro. Foi uma psiquiatra revolucionária e pioneira em diversos processos terapêuticos e de compreensão da psique humana.

Foto da turma de formandos de 1926 da Universidade de Medicina da Bahia. Nise era a única mulher em uma sala de 75 alunos | foto: autor desconhecido/arquivo Nise da Silveira
Dra. Nise formou-se pela Faculdade de Medicina da Bahia em 1926, sendo a única mulher em uma turma de 158 alunos. Dedicou-se à psiquiatria humanizada, guiada pela arte. Nunca aceitou as formas agressivas de tratamento da época, tais como a internação, os eletrochoques, a insulinoterapia e a lobotomia.

Dra Nise jovem

Nise da Silveira foi presa por sua suposta associação ao comunismo e afastada do Serviço Público no período de 1936 a 1944. Em 1946, ela fundou a Seção de Terapêutica Ocupacional no antigo Centro Psiquiátrico Nacional de Engenho de Dentro, no Rio de Janeiro, reimaginando completamente o departamento que anteriormente apenas atribuía tarefas subalternas aos pacientes da instituição. Sob sua liderança, foram criados ateliês de pintura e modelagem. Em 1952, Nise criou o Museu de Imagens do Inconsciente, um Centro de Estudo e Pesquisa que abriga obras produzidas em ateliês de atividades expressivas. Além disso, ela desempenhou um papel fundamental na formação do Grupo de Estudos CG Jung em abril de 1955. No ano seguinte, junto com um grupo de pessoas, deu origem a mais um projeto notável: a criação da Casa das Palmeiras, uma clínica em regime de externato destinada ao tratamento de egressos de instituições psiquiátricas, onde atividades expressivas são realizadas livremente.

A psiquiatra acreditava que a arte servia para que os pacientes conseguissem ressignificar suas conexões com a realidade. Ela defende que isso era possível por meio de suas expressões criativas e simbólicas. Foi também pioneira no Brasil na pesquisa das relações afetivas entre pacientes e animais e chegou a escrever um livro dedicado aos felinos, chamado “Gatos, a Emoção de Lidar”.

Em reconhecimento à significativa contribuição de sua obra, Dra. Nise foi agraciada com condecorações, títulos e prêmios em diversas áreas do conhecimento, abrangendo saúde, educação, arte e literatura. Seu trabalho e seus princípios serviram de inspiração para a fundação de museus, centros culturais e instituições terapêuticas tanto no Brasil como no exterior. Além disso, através de seu trabalho pioneiro, ela desempenhou um papel fundamental na introdução da psicologia junguiana no contexto brasileiro.


Algumas instituições criadas a partir do trabalho da Dra. Nise da Silveira:

No Brasil

Luísa Mahin

Arte: @mariarosa.art / @arte.de.maria

Luiza Mahin, uma figura notável do século XIX, originária da Costa da Mina, na África, e trazida para o Brasil como escravizada, teve seu nome imortalizado no livro dos heróis e heroínas da pátria pela lei nº 13816, sancionada em 2019. 

De acordo com Luiz Gama (1830-1882), seu filho, sua mãe era uma africana liberta que enfrentou perseguições após os levantes, particularmente a Revolta dos Malês de 1835. No entanto, foi após a Sabinada (1837-1838) que Luiza desapareceu misteriosamente, indo para o Rio de Janeiro e nunca mais sendo vista. Luiz Gama viajou para a corte em busca de sua mãe, descobrindo que ela foi deportada junto com outros africanos.

Fotografia de Luiz Gama
Luiz Gama descreveu sua mãe da seguinte forma: "Sou filho natural de uma negra africana livre, da nação nagô, de nome Luiza Mahin, pagã, que sempre recusou o batismo e a doutrina cristã. Minha mãe era baixa, magra, bonita, a cor de um preto retinto, sem brilho, os dentes eram alvíssimos, como a neve. Altiva, generosa, sofrida e vingativa. Era quitandeira e trabalhadora".

REpresentação da revolta dos Malês

Embora não haja registros definitivos de sua participação direta nos levantes, não se pode descartar essa possibilidade, uma vez que sua atuação pode ter sido estrategicamente invisível. Uma versão de sua história sugere que Luiza era quituteira, um ofício que lhe permitiu servir como ponto de comunicação e articulação entre os revolucionários, que compravam seus quitutes e trocavam mensagens sobre a organização da Revolta. De acordo com essa versão, Luísa teria conseguido reunir mais de seiscentos negros e negras revolucionários naquele período.

A imagem de Luiza Mahin associada à Revolta dos Malês surgiu em 1933 no romance de Pedro Calmon (1902-1985) intitulado "Malês: A Insurreição das Senzalas", embora não existam documentos que comprovem esse fato. A história de Luiza é envolta em muita ficção e mito, mas não há dúvidas sobre sua existência, uma vez que ela é reconhecida como mãe de um dos maiores abolicionistas do Brasil.


Sojourner Truth

Arte: @mariarosa.art / @arte.de.maria

Isabella Baumfree, conhecida como Sojourner Truth, foi uma empregada do lar e abolicionista afro-americana. Nasceu em 1797 em Swartekill, Nova York, e faleceu em 26 de novembro de 1883, aos 86 anos, em Battle Creek, Michigan.

Após o falecimento do proprietário escravagista de sua família em 1806, Truth, então com cerca de 9 anos de idade, foi leiloada como parte de um lote de ovelhas e foi adquirida por 100 dólares. Ela foi vendida várias vezes, sendo sua última transação em 1810, quando foi vendida por 175 dólares a John Dumont, residente em West Park, Nova York.

Por volta de 1815, Truth apaixonou-se por Robert, um morador de uma fazenda vizinha. No entanto, esse amor enfrentou obstáculos devido à complexa situação de posse na época, uma vez que os filhos de Truth não eram reconhecidos como propriedade de Robert ou de qualquer outro proprietário. Infelizmente, essa situação levou a consequências trágicas: Robert foi brutalmente espancado e acabou perdendo a vida devido às lesões. Antes de serem separados, Truth engravidou e deu à luz uma filha, em 1815. Dois anos depois, em 1817, Truth foi compelida a se casar com Thomas, um escravizado mais velho, e com ele teve quatro filhos.

No final de 1826, Truth fugiu, levando consigo sua filha caçula, Sophia, mas teve que deixar seus outros filhos para trás. Ela viveu na casa de conhecidos até que a Lei de Emancipação do Estado de Nova York fosse aprovada, um ano mais tarde. Tornou-se a primeira mulher negra a mover um processo contra um homem branco e vencer, no caso em que abriu contra o homem que comprou ilegalmente um de seus filhos, conseguindo recuperá-lo; Peter tinha apenas 5 anos na época.

Truth passou por uma experiência religiosa que mudou sua vida e tornou-se uma devota cristã. Acreditando que a verdade a convocava, em 1º de junho de 1843, ela mudou seu nome para Sojourner Truth, tornou-se metodista e viajou pregando a abolição. Publicou a narrativa de sua vida em 1850, após ditá-la entre 1846 e 1849 para Olive Gilbert, vizinha da família com quem morava em Massachusetts. Além dessa publicação, com o avanço da campanha abolicionista e pelos direitos das mulheres, seu nome apareceu várias vezes em diversos jornais. Truth passou os próximos anos de sua vida marcando presença e discursando em diversos lugares, posicionando-se como mulher e pessoa negra.

Páginas do livro que narra sua história
Em maio de 1851, participou da Convenção dos Direitos da Mulher em Akron, Ohio, onde proferiu seu famoso discurso "Não Sou Uma Mulher?".

Sojourner não era do tipo que se calava, a ponto de abrir a blusa e mostrar os seios, quando, em 1858, alguém interrompeu seu discurso, acusando-a de ser um homem.

Truth discursou sobre a abolição, os direitos das mulheres, a reforma das prisões, pronunciou-se perante o legislativo de Michigan contra a pena de morte, lutou contra a segregação nos ônibus, ajudou homens negros a ingressarem no exército da União, teve reuniões presenciais com dois presidentes da república, recebeu honrarias e fez uma diferença significativa na vida de muitas mulheres e homens negros.

Suas últimas palavras registradas foram: "Seja um seguidor de Jesus Cristo". Truth faleceu em 26 de novembro de 1883 em sua casa em Battle Creek, Michigan, e foi enterrada no Cemitério Oak Hill, em Battle Creek, ao lado de outros membros da família.


Segue abaixo o seu discurso mais famoso:


"Bem, minha gente, quando existe tamanha algazarra é que alguma coisa deve estar fora da ordem. Penso que espremidos entre os negros do sul e as mulheres do norte, todos eles falando sobre direitos, os homens brancos, muito em breve, ficarão em apuros. Mas em torno de que é toda esta falação?

Aquele homem ali diz que é preciso ajudar as mulheres a subir numa carruagem, é preciso carregar elas quando atravessam um lamaçal e elas devem ocupar sempre os melhores lugares. Nunca ninguém me ajuda a subir numa carruagem, a passar por cima da lama ou me cede o melhor lugar! E não sou uma mulher? Olhem para mim! Olhem para meu braço! Eu capinei, eu plantei, juntei palha nos celeiros e homem nenhum conseguiu me superar! E não sou uma mulher? Eu consegui trabalhar e comer tanto quanto um homem – quando tinha o que comer – e também aguentei as chicotadas! E não sou uma mulher? Pari cinco filhos e a maioria deles foi vendida como escravos. Quando manifestei minha dor de mãe, ninguém, a não ser Jesus, me ouviu! E não sou uma mulher?

E daí eles falam sobre aquela coisa que tem na cabeça, como é mesmo que chamam? (uma pessoa da platéia murmura: “intelecto”). É isto aí, meu bem. O que é que isto tem a ver com os direitos das mulheres ou os direitos dos negros? Se minha caneca não está cheia nem pela metade e se sua caneca está quase toda cheia, não seria mesquinho de sua parte não completar minha medida?

Então aquele homenzinho vestido de preto diz que as mulheres não podem ter tantos direitos quanto os homens porque Cristo não era mulher! Mas de onde é que vem seu Cristo? De onde foi que Cristo veio? De Deus e de uma mulher! O homem não teve nada a ver com Ele. 

Se a primeira mulher que Deus criou foi suficientemente forte para, sozinha, virar o mundo de cabeça para baixo, então todas as mulheres, juntas, conseguirão mudar a situação e pôr novamente o mundo de cabeça para cima! E agora elas estão pedindo para fazer isto. É melhor que os homens não se metam.

Obrigada por me ouvir e agora a velha Sojourner não tem muito mais coisas para dizer. "

Sojourner Truth




Por: Maria Rosa @mariarosa.art e @arte.de.maria

Site onde todas as artes estarão a venda, estampando produtos de papelaria representativa: https://artedemaria.com/ (a partir do dia 24/10/2023)

Referências de pesquisa:

Universidade Federal de Itajubá. Personalidades do Muro: Bertha Lutz. Disponível em:https://unifei.edu.br/personalidades-do-muro/extensao/bertha-lutz/. Acesso em: 02/08/2023.

eBiografia. Bertha Lutz - Biografia. Disponível em: https://www.ebiografia.com/bertha_lutz/. Acesso em:02/08/2023.

Senado Federal. Entenda o assunto: Bertha Lutz. Disponível em:https://www12.senado.leg.br/noticias/entenda-o-assunto/bertha-lutz . Acesso em: 02/08/2023.

Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Aqualtune: séculos XVI e XVII. Disponível em:https://www.ufrgs.br/africanas/aqualtune-seculos-xvi-xvii/. Acesso em: 02/08/2023.

Aventuras na História. De princesa africana escravizada em solo brasileiro: Aqualtune, avó de Zumbi. Disponível em: https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/reportagem/de-princesa-africana-escravizada-em-solo-brasileiro-aqualtune-avo-de-zumbi.phtml. Acesso em: 02/08/2023.

Multirio - Prefeitura do Rio de Janeiro. Quem foi Clara Camarão, heroína indígena brasileira. Disponível em: https://multirio.rio.rj.gov.br/index.php/reportagens/16671-quem-foi-clara-camar%C3%A3o,-hero%C3%ADna-ind%C3%ADgena-brasileira. Acesso em: 03/08/2023.

Universidade Federal Fluminense (UFF). Impressões Rebeldes - Clara Camarão. Disponível em: https://www.historia.uff.br/impressoesrebeldes/pessoa/clara-camarao/. Acesso em: 03/08/2023.

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Site do Governo Federal (Museu de Astronomia e Ciências Afins - MAST): Maria Felipa de Oliveira: uma heroína da independência. Disponível em: https://www.gov.br/mast/pt-br/assuntos/noticias/2022/maio/maria-felipa-de-oliveira-uma-heroina-da-independencia. Acesso em: 05/08/2023.

Site Tia Ciata: Biografia. Disponível em: https://www.tiaciata.org.br/tia-ciata/biografia. Acesso em: 05/08/2023.

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Site Zumbi dos Palmares: Conheça Luísa Mahin: revolucionária negra brasileira. Disponível em: https://zumbidospalmares.edu.br/conheca-luisa-mahin-revolucionaria-negra-brasileira/. Acesso em: 02/09/2023.

Site da Universidade Federal de Uberlândia (UFU): UM DEFEITO DE COR: ESCRITAS DA MEMÓRIA, MARCAS DA HISTÓRIA. Disponível em: http://www.ileel.ufu.br/anaisdosiliafro/wp-content/uploads/2014/03/artigo_SILIAFRO_4.pdf. Acesso em: 03/09/2023.

Site da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS): Luiza Mahin - Século XIX. Disponível em: https://www.ufrgs.br/africanas/luiza-mahin-seculo-xix/. Acesso em: 03/09/2023.

Enciclopédia Negra. Flávio dos Santos Gomes, Jaime Lauriano e Lilia Moritz Schwarcz. São Paulo: Editora ABC, 2021.

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