Anastácia, a mulher negra cultuada como santa milagreira

maio 31, 2023

 

Anastácia

Arte em colagem de Maria Rosa


Não se sabe nem quando nem onde Anastácia nasceu. Sua existência é constantemente negada e há algumas versões sobre sua trajetória. Uma delas é de que ela era uma princesa africana trazida para a Bahia, tendo migrado para Minas Gerais e depois para o Rio de Janeiro. 

Outra conta que a sua mãe, Delminda, chegou ao Brasil em 9 de abril de 1740 em um navio negreiro e, após ser violentada sexualmente por um homem branco, deu à luz Anastácia, o que explicaria os olhos claros com que ela é representada.

Mulher negra escravizada e cultuada por muitos como Santa milagrosa, título dado pela Igreja da Irmandade Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos do Rio de Janeiro, Anastácia é conhecida por sua bravura e força, tendo sido punida por rejeitar os assédios de um homem branco e obrigada a usar uma máscara de ferro até o fim da vida. 

Essa é a sua representação mais difundida, mas nesta coleção de planners o que queremos é trazer à tona a trajetória combativa de tantas mulheres. Com Anastácia não seria diferente. Tirar-lhe o instrumento de tortura do rosto é dar a sua existência a visibilidade merecida.


Fonte:GOMES, Flávio dos Santos. Enciclopédia Negra/Flávio dos Santos Gomes, Jaime Lauriano e Lilia Moritz Schwarcz. 1. Ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2011

ESCÓSSIA, Fernanda. A história da deputada filha de ex-escrava que inspira ativistas negras no Brasil. G1, Atualizado em 01/03/2016. Disponível em: https://g1.globo.com/educacao/noticia/2016/03/a-historia-da-deputada-filha-de-ex-escrava-que-inspira-ativistas-negras-no-brasil.html#:~:text=Antonieta%20se%20formou%20em%201921,do%20atual%20Instituto%20de%20Educa%C3%A7%C3%A3o. Acesso em 14 de setembro de 2022.

 


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