Madame C.J. Walker 

 

arte: Maria Rosa @mariarosa.art

Sarah Breedlove, conhecida como Madam CJ Walker, nasceu em 23 de dezembro de 1867, em Louisiana, dois anos após a abolição da escravatura nos Estados Unidos. Foi a primeira mulher estadunidense a se tornar milionária com o próprio negócio. Fundou também o Madam CJ Walker Laboratories, especializado em cabelos afro.

Órfã aos 7 anos e tendo de se mudar para a casa da irmã no Mississipi, aos 14 ela se casa com Moses MCWillians para escapar dos abusos do cunhado, aos 18 tem sua única filha e dois anos mais tarde se torna viúva. Depois de outro casamento, dessa vez curto, muda-se para o Missouri, onde passa a trabalhar como lavadeira e conhece Charles Joseph Walker, com quem se casa, em 1906. Daí em diante, torna-se conhecida como Madam CJ Walker.

Uma doença capilar que lhe fazia perder muito cabelo levou-a a pesquisar sobre cosméticos. E é assim, em uma feira de produtos, que conhece Annie Malone, empresária negra dona da Poro Company, e começa a trabalhar e aprender com ela, vislumbrando criar seu próprio produto.

Logo após o casamento com Charles, produz sua primeira linha de cosméticos para cabelos crespos, em Indianápolis, no estado de Indiana. Em 1917, mais de 20 mil mulheres já tinham recebido formação para se tornarem vendedoras da marca.

Madam CJ Walker se tornou filantropa e contribuiu com diversas causas, incluindo a luta contra o racismo. Morreu em 1919 com 51 anos devido à hipertensão, mas sua morte não quebrou toda a sua construção de um legado. Seus cosméticos continuaram a ser fabricados e vendidos até 1981 e em sua mansão funciona hoje uma ONG para mulheres negras que querem empreender. Em 2016, a Beauty Walker iniciou um processo com a Sephora para continuar a lançar cosméticos em homenagem à marca de Madam CJ Walker.

https://nmaahc.si.edu/explore/stories/madam-cj-walkers-wonderful-hair-grower

https://madamcjwalker.com/

Madalena Caramuru

Arte: Maria Rosa @mariarosa.art

Era 26 de março de 1561 quando chega às mãos de Padre Manoel da Nóbrega uma carta. Nela solicitava-se que as crianças indígenas recebessem tratamento digno e para isso oferecia-se ajuda em dinheiro. 

A autora da missiva era Madalena Caramuru. Sim, é de se estranhar uma mulher nessa época alfabetizada e com esse protagonismo. Ainda mais uma mulher indígena.

Sem data de nascimento registrada, pertencente ao povo Tupinambá, Madalena é considerada a primeira mulher alfabetizada em língua portuguesa no Brasil. Aprendeu a ler e escrever após seu casamento com o português Afonso Rodrigues, em 1534.

Quanto à carta, o padre chegou a levar o pedido feito por Madalena à corte portuguesa. Aproveitou, ainda, para solicitar que a rainha Catarina estendesse o ensino do português às mulheres da colônia. Negado nesta e em sucessivas outras vezes. As mulheres puderam ter acesso à educação no Brasil apenas em 1827, com a promulgação da Lei Geral que permitiu a abertura de escolas públicas femininas.

      

Apesar de nunca ter sido encontrada, a existência da carta de Madalena Caramuru é reconhecida por historiadores que pesquisam esse período histórico. 

Fonte: Madalena Caramuru - A primeira mulher alfabetizada do Brasil. Avalara, 29/04/2021. Disponível em:

https://www.avalara.com/br/pt/blog/2021/04/mulheres-extraordinarias---madalena-caramuru.html. Acesso em 19 de setembro de 2022.